Segundo estudos do filósofo e sociólogo chileno Juan Casassus, o desempenho dos estudantes na construção do conhecimento depende diretamente do ambiente emocional na qual estão inseridos.
Casassus afirma isto após a pesquisa que realizou em 14 países pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no período entre 1995 e 2000, na qual analisou fatores que favorecem o bom desempenho dos estudantes. O ambiente emocional adequado a partir de um bom relacionamento entre professor e aluno, de acordo com Casassus, é fundamental para tanto.
O papel do educador para que o ambiente da sala de aula seja equilibrado deve ser através do domínio de conteúdos de sua disciplina, além do que saber receber as turmas, identificar e trabalhar os interesses e sentimentos dos estudantes. A pesquisa de Casassus mostra que para ter um ambiente adequado é necessário que os alunos se relacionem bem com os colegas, que não haja brigas e que não haja interrupções durante a aula. Esta sintonia entre alunos e professor em sala favorece o aprendizado na medida em que os estudantes sentem-se aceitos, e com os músculos relaxados, o medo de cometer erros se reduz, e assim, eles tornam-se mais espontâneos e participativos.
O controle da classe, segundo Juan Casassus, é decorrente de um aprendizado de conteúdos motivantes, desaparecendo a indisciplina, pois esta é decorrente do tédio produzido por aulas pouco interessantes. Para isso, é importante verificar as necessidades de acolhimento dos alunos e emoções ainda não compreendidas pela escola. É importante afirmar que respeitar os valores dos estudantes e problemas não significa que o professor deva ser amigo deles e que na verdade, este deve usar sua autoridade para advertir atitudes inadequadas de algum aluno durante a aula.
Para o conteúdo de estudos tornar-se significativo para os alunos é necessário que o professor adapte o currículo moderno a temas de interesse dos estudantes, pois o aprendizado, segundo o autor, exige uma motivação interna de quem aprende. A mudança principal é na maneira de ensinar e não “o que”. O importante, de acordo com o autor, é que o professor esteja preparado para situações inesperadas durante a aula e encontre idéias criativas e inéditas, evitando ensinar sempre do mesmo jeito.
Durante os anos 1990, pesquisas ressaltaram que percebemos o mundo pelos sentimentos, por meio de estímulos recebidos pelos sentidos, muito mais do que pela razão. E a escola atualmente, não tem lidado com as emoções dos estudantes de maneira adequada, pois herda muito do modelo antigo de instituição de ensino. A escola, segundo Casassus, precisa repensar o estudante como um indivíduo composto por três partes: razão, emoção e corpo, e não puramente racional.
Nesse contexto, o autor afirma sobre a importância para o educador de realizar um trabalho de autoconhecimento, pois assim consegue identificar, ler e trabalhar com as suas emoções e com as das pessoas ao seu redor. Dessa forma, a Educação Emocional pode ser desenvolvida pelo profissional, a partir de sete atitudes:
1. Ter consciência dos próprios sentimentos;
2. Observar o que ocorre com a turma;
3. Compreender as pessoas ao redor para estabelecer conexões com elas;
4. Cuidar da qualidade das interações;
5. Ter consciência das ligações entre as coisas que acontecem na aula;
6. Demonstrar empatia pelo que acontece com o outro;
7. Responsabilizar-se pelo que acontece na sala de aula, sem procurar culpados fora dela.
Através do desenvolvimento emocional, o professor presta maior atenção nas palavras, gestos, expressões, linguagens corporais e atitudes dos alunos, podendo assim melhorar a qualidade de sua aula.
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