Ao ler o artigo do professor Cury percebemos como ele já previa a necessidade da proposta de PCNs ter sido encaminhada, discutida, estudada e implantada sem pressa, através do diálogo, para que houvesse uma administração eficiente.
http://www.nesp.unb.br/polrhs/Temas/os_param_curric_nac_ef.htm
Analisando o contexto atual da educação nacional, vemos que a formação de professores foi afetada por políticas apressadas sim. Na maioria dos cursos de formação no que se refere ao conteúdo de leis relativas à Educação, os PCNs, os DCNs, LDB, etc., são deixados para uma pequena parte do curso. Mesmo com o estágio supervisionado, não dá para o docente em formação ter ideia da complexidade que envolve a Educação no Brasil, ou seja, ele enxerga somente a "ponta do iceberg".
Então quando se forma, vai para a escola dar aula, vai disputar com outros tantos para ser eventual, começa a trabalhar ganhando como estudante, tem que "se virar" e dar aula de outras matérias, é discriminado pelo aluno, pelo colega, enfrenta os problemas reais da sua profissão. Passa um tempo, o governo estadual impõe resoluções, uma atrás da outra e começa a limitar o espaço deste docente recém-formado. Na escola, alguns colegas começam a olhar estranho pra ele, calados. Outros ironizam sua condição e dizem "o que você está fazendo aqui? vai procurar outro emprego, isso não é vida!". E nesta hora, me pergunto, ninguém, nem governo, nem colega de profissão parou para pensar no desejo deste profissional em trabalhar dignamente na profissão que escolheu: de educador, na área que estudou? Só vejo política de dizer que faz bem feito, que gasta dinheiro com materiais didáticos e com infra-estrutura, que pra segurança tem ronda escolar, enfim que dá tudo. Aí deu errado? A culpa é do professor! Ele foi mal preparado! Ele é arcaico e não sabe lidar com o aluno! Pais e mães mais atrapalham a educação dos filhos na escola do que ajudam. Diretores e coordenadores que não o escutam, não o apóiam, o discriminam.
É necessário voltar na história, como aqui fizemos, analisar a forma como foram impostas as diretrizes, a Progressão Continuada, identificar problemas, assumir que foi feito com políticas apressadas e pensar em todos que estão envolvidos nisso. Daí, estudar possibilidades de sanar problemas, com pessoas de bem, que realmente se preocupem com a Educação e queiram fazer algo pra mudar, ouvir pesquisadores, estudiosos na área de educação, entendê-los e lutar pra colocar em prática o que funciona e que ainda está no papel.
(Regina Carla)
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